PORTFÓLIO: LETRAS CIRCUITO 7
ELOIZA CAMACAM
LUZIMAR RODRIGUES
MAGNA ALVES
PAULA LUÍZA
PALOMA MATOS
VANUZA ALVES
INTRODUÇÃO
No mundo em que vivemos a linguagem está presente em cada uma de nossas atividades, individuais e coletivas. As linguagens se cruzam, se completam e se modificam, acompanhando o movimento de transformação do ser humano. A língua pertence a todos os membros de uma comunidade, com ela é um código aceito convencionalmente, um único indivíduo é capaz de criá-la ou modifica-la. A fala, entretanto, é individual e seu uso depende da vontade do falante.
Cada um de nós começa a aprender sua língua em casa, em contato com a família, imitando o que ouve e aprimorando-se, aos poucos, do vocabulário e das leis combinatórias da língua. Em contato com outras pessoas, na rua, na escola, no trabalho, observamos que nem todos falam como nós. Há pessoas que falam de modo diferente por serem de outras cidades ou regiões do país. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades lingüísticas.
Diante de tudo isso, podemos perceber que tanto nos PCNs, na música de Xangai e no poema de Drummond, todas as variedades lingüísticas estão corretas, desde que cumpram com eficiência o papel fundamental de uma língua: o de permitir a interação verbal entre as pessoas.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Como se sabe, a língua Portuguesa surgiu na Europa de uma maneira bastante espontânea. Ela começou a ser praticada no dia-a-dia pelos povos ibéricos ocidentais. É uma língua, portanto, de origem romana falada nos guetos pelos soldados e alguns colonos romano. Pode-se dizer, grosseiramente, que a língua Portuguesa derivou do Latim falado vulgarmente na região ocidental da península Ibérica. Esse Latim, evidentemente, não era igual ao Latim falado por pessoas cultas de Roma, como alguns magistrados e escritores. Mesmo assim, aquele Latim informal, inculto e falado por pessoas simples que viviam nas vilas e nos guetos derivou uma língua fantástica falada atualmente por mais de 210 milhões de falantes nativos.
Estudar variações lingüísticas no contexto sócio-econômico-cultural brasileiro é gratificante. Um país heterogêneo em todos os setores: social, econômico, cultural, histórico e racial não poderia ser diferente com a lingüística, ou seja, temos um rico linguajar. Os docentes precisam deixar claro para seus educandos o enorme valor dos diversos tipos de dialetos (diferenças regionais relacionadas à fala), o que realmente é norma-padrão. Existem dois tipos de normas da língua: A norma padrão que é o conceito tradicional, idealizado pelos gramáticos, aos quais a tratam como modelo. Normas normais ou sociais - objetivas e comuns, atualmente nos usos falados de variantes das línguas. São normas que definem grupos sociais que constituem a rede social de uma determinada sociedade.
Desde então as gírias se alastraram e, hoje em dia é comum ter grupos com seus próprios dialetos. Os lingüísticos tentam de tudo para unir esses grupos e formarem uma língua padrão, para que não tenham grupos que futuramente irão tentar se separar da nação formando um novo país.
Nessa ótica, gostaríamos de apresentar uma estrofe do poema de Carlos Drummond:
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir La fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortado,
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério
Nesta estrofe Drummond deixa transparente a mudança lingüística de região, de classe social e individual. A língua, enquanto fato social é um fenômeno ao mesmo tempo dinâmico e conservador. É conservador porque necessita manter certo grau de uniformidade para permitir a comunicação em uma dada comunidade lingüística; é dinâmico porque se modifica com o tempo, estando também sujeito às influências regionais, sociais e estilísticas responsáveis pelos processos de variação lingüística.
Certa tradição cultural nega a existência de determinadas variedades lingüísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas manifestações lingüísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, vários mitos são construídos, a partir do preconceito lingüístico.
Souza (1996), analisou as publicações sobre variação lingüística em 30 periódicos científicos brasileiros, tendo encontrado não mais de trinta e sete textos referentes ao tema. Um dos resultados dessa análise consistiu em mostrar a importância e necessidade de se compreender o significado da variação lingüística e as responsabilidades da escola, no que diz respeito a esse problema que atinge prioritariamente as crianças das camadas populares, ao desqualificar sua fala, dificultando assim seu processo de alfabetização. A distância entre a linguagem culta veiculada pela escola e a linguagem das camadas populares, associada ao conflito de valores subjacentes a esses padrões lingüísticos diferentes, pode ser vista como uma das causas do fracasso escolar das crianças provenientes das camadas populares. O papel da escola é ensinar a língua padrão sem qualquer dúvida e de que o objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou talvez mais exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido.
Segundo Bagno (1999), uma vez que a língua está em tudo o professor de português é professor de TUDO (alguém já disse que talvez por isso que o professor de português devesse receber um salário igual à soma dos salários de todos os professores!), ensinar bem é ensinar para o bem. Ensinar para o bem significa respeitar o conhecimento intuitivo do aluno, valorizar o que ele já sabe do mundo, da vida, reconhecer a língua que ele fala a sua própria identidade como ser humano; Ensinar para o bem é acrescentar e não suprir é elevar e não rebaixar a auto-estima do indivíduo. Somente assim, no inicio de cada ano letivo este indivíduo poderá voltar às aulas, em vez de lamentar a volta às jaulas.
Assim, a língua é um poderoso instrumento de ação social. Ela pode tanto facilitar quanto dificultar o nosso relacionamento com as pessoas e com a sociedade em geral.
O ensino da língua culta, na escola não tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em nossa comunidade. Ao contrario, o domínio da língua culta, somado ao domínio de outras variedades lingüísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicarmos. Saber usar bem a língua equivale, a saber, empregá-la de modo adequado as mais diferentes situações sociais de que praticamos.
Ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna, assim como ninguém comete erros ao andar ou ao respirar. Só se erra naquilo que é aprendido, naquilo que constitui um saber secundário, obtido por meio de treinamento, prática e memorização: Errar-se ao tocar piano, erra-se ao dar um comando ao computador, erra se ao falar-escrever uma língua estrangeira.
Desta forma podemos afirmar que o homem é uma “ilha” cercada de linguagem por todos os lados.
Concluímos que a variação lingüística vem se modificando desde o inicio do Brasil, e vem se modificando até hoje. Podemos observar que as variações lingüísticas aconteceram por necessidade, muitas pessoas começaram a "aportuguesar" palavras do Latim, pois não conseguiam falar as palavras em português.
Uma das tarefas de um ensino de língua mais esclarecido seria, então, discutir os valores sociais atribuídos a cada variante lingüística, enfatizando a carga de discriminação que pesa sobre determinados usos da língua, de modo a conscientizar o aluno de que sua produção lingüística, oral ou escrita, estará sempre sujeita a uma avaliação social, positiva ou negativa.
Este trabalho foi importante para nós, pois descobrimos mais sobre nossa língua e por que apresenta variações de acordo com as classes sociais.
Referências:
BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico. São Paulo: Edição Loyola, 1999.
SOUZA, M. A. Variação Lingüística e Alfabetização no Brasil: o estado da arte de 1980 a 1994. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo.
http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script
Nenhum comentário:
Postar um comentário