quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O USO DA LINGUAGEM E A VALORIZAÇÃO DA LINGÜÍSTICA

PORTFÓLIO: Letras - Circuito 7

Lorena Martins
Maria Audilene

Maria Eleira
Emanuela Pereira
Valnier Cleber


INTRODUÇÃO


Na linguagem como na natureza, não há igualdades absolutas; não há, pois, expressões diferentes que não correspondam também a idéias ou a sentimentos diferentes. As diferenciações regionais reclamam estilo e métodos diversos, mas a verdade é que corrigindo-nos, estamos de fato a mutilar idéias e sentimentos que nos são pessoais. O que existe, então, na nossa cultura, é uma divisão bastante nítida. De um lado, temos a norma- padrão, um ideal de língua que se baseia ainda nos usos feitos pelos chamados grandes escritores e que tenta espelhar a língua falada e escrita em Portugal, apesar de todos os grandes movimentos literários, desde o romantismo de José de Alencar e o modernismo de Mário de Andrade que tentaram incorporar à literatura as opções lingüísticas características do brasileiro.
De outro lado, temos o grande conjunto de variedades lingüísticas do português brasileiro, que não são padrões ideais, mas realizações concretas, e que, em seus grandes trocos comuns, constituem o nosso vernáculo, a nossa língua materna.
A sociedade, escola e os professores têm um papel fundamental no ensino da língua, pois os mesmos devem ser mediadores, tendo como objetivo encontrar maneiras de se trabalhar em sala de aula a “norma - padrão”, mas sempre considerado as variações lingüísticas de seus alunos, partindo do que o aluno já sabe sobre a língua, para que a partir daí ele próprio possa construir novos conhecimentos. Aos professores cabe uma reflexão sobre o ensino que temos e o ensino que queremos, para que assim, possa-se melhorar a prática e conseqüentemente, fazer com que a aprendizagem da língua realmente aconteça, tornando-a significativa para o aluno.

A ilustração ao lado, assim como a expressões contidas no texto III nos mostra que apesar de vista por muitos como preconceitos por estarem de certa forma erradas para as ditas gramáticas normativas, tem que ser respeitadas e aceitas, pois conseguem fazer-se entender, passam uma mensagem para quem os lê e se revelam expressões de um grupo característico, cita Marcos Bagno em seu livro, Preconceitos Lingüísticos e toda variedade lingüística atende as necessidades da comunidade dos seres humanos que a empregam. “Quando deixa de atender, ela, inevitavelmente sofrerá transformações para se adequar as novas necessidades,” como cita em seu livro, Preconceitos Lingüísticos o que é e como se faz, o autor Marcos Bagno.


O USO DA LINGUAGEM E A VALORIZAÇÃO DA LINGÜÍSTICA


A variação de uma língua é a forma pela qual ela defere de outras formas da linguagem sistemática e coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um deles é a língua. Esta pode variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e a situação em que o indivíduo se manifesta verbalmente.
As pessoas do Rio de Janeiro ao pronunciar a consoante “s” em palavras como posto, costa, história libera o som da consoante “x” (fala-se poxto, coxta, hixtória).
O português do Maranhão é falado semelhante ao de Portugal. Os Paulistas e Mineiros falam com bastante afino o som da consoante “r”. Essa variação do português leva a uma discussão, em qual lugar se fala melhor o português. E isso gera o “Preconceito Lingüístico”; que nada mais é do que uma forma de preconceito a determinadas variedades lingüísticas, e é visto com vigor quando uma pessoa diz uma palavra que foge da gramática normativa da língua portuguesa e imediatamente é corrigida de acordo com essa gramática. O que é correto, vassoura ou bassoura? Depende do contexto regional, da regionalização vivida, etc.
Até o Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva tem sido alvo de criticas quando aos seus tropeços gramaticais, como: “menos”, “percas”, “acho de que”, a avidez de com que se devoram os “s” do plural Etc. “Os escorregões do Presidente” no exercício do Português Padrão já se constituem como pretexto para debater a variedade lingüística com a qual a escola deveria operar.
No Brasil, nos últimos tempos, a variação lingüística na escola tem sido objeto complexo de debates lingüísticos- pedagógicos, ensejando profunda insegurança sobre tudo entre professores e futuros professores que atuam em escolas populares.
Há alguns anos, para a maioria dos professores de português, essa questão não existia, predominando a visão de que a principal função da escola era enquadrar os alunos a variedade culta da língua nacional.
Com esse pressuposto inquestionável, professores bem intencionados confundiam comumente a educação com a caça as formas sintáticas, lexiais e fonéticas desviantes, transformando as aulas de Português em ensino da gramática normativa. A grande função do professor era corrigir o “português errado”.
Segundo Marcos Bagno, a função da escola nos diz respeito à língua, não é ensinar gramática muito menos ensinar lingüística. O estudo cientifico da linguagem, da gramática, deve ser reservado aos profissionais da área. Na escola fundamental e média, o grande papel do professor é elevar o grau de letramento de seus alunos, isto é, fazer estes alunos serem capazes de se expressar de modo adequado, criativo, eficiente tanto oralmente quanto por escrito. E para saber isso, não é preciso saber gramática.
Diante destes fatos, só uma verdadeira mudança de atitude na escola a começar principalmente pelo professor, poderia transformar o ensino da língua, tornando-o mais efetivo, reflexivo e totalizante (democrático).


CONCLUSÃO

O fato é que o preconceito existe. Os críticos da tese do Preconceito Lingüístico argumentam que a tese em si, se apontada na íntegra, resultaria em um descrédito das normas gramaticais que por sua vez levaria a dificuldade das pessoas na comunicação em futuro próximo.
O uso da linguagem tem sido sempre marcado por intolerância e preconceito. Porém a intolerância lingüística consegue ser mais mascarada que o preconceito é comum você encontrar pessoas tentando corrigir ou trás em um português a sua maneira. Qual é o correto, “olha gente” ou “oxente”? “A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá independente de qualquer ação. Assim quando se fala em “Língua Portuguesa” esta se falando de uma unidade que se constitui variedades. (Parâmetros Curriculares Nacionais, Língua Portuguesa %ª a 8ª série, p. 29.)”.
Podemos observar que os textos citados, ambos nos transmite uma linguagem de norma padrão, de norma culta e norma popular e que ambos há uma diversidade no que se refere à língua, e não há como distinguir entre o certo e o errado, visto que as condições sócias, culturais e geográficas influenciam muito em tal diversidade.
Não podemos fugir da realidade na qual estamos inseridos, pois a repressão lingüística é igualmente caminho para a repressão social e cidadã. Ela contribui para a reprodução das desigualdades sociais.


REFERÊNCIAS:

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, Língua Portuguesa de 5ª a 8ª série, Brasília: MEC/SEF, 1998.
BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico. São Paulo: Edição Loyola, 1999.
WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre
http://www.google.com.br/
http://www.overmundo.com.br/
www.sergipe.com.br/
http://www.marcosbagno.com/
PORTUGUES: Tradição ou Vivencias? - www.webartigo.com/articles/
Fale que te direis quem és! http://www.espacoacademico.com.br/

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